Design para ser feliz dentro d'água

Discreto e de poucas palavras, Cláudio Pastor passou os últimos 40 anos dedicado ao ofício de pensar, desenhar e construir pranchas de surfe.

Começou a pegar onda em 1967 com uma Planonda na praia do Leme, Zona sul do Rio de Janeiro, fez a transição para a prancha de fibra em 1971 com uma mini-model Hobie, 8 pés, em Ipanema, em frente à Rua Joana Angélica, onde o pai jogava vôlei.

Formado em arquitetura e desenho industrial, apaixonado por curvas e formas, não conseguia ficar indiferente aos experimentos do início dos anos 1980. Especialmente quilhas! Suas primeiras aventuras fazendo pranchas foi em Itaipava, região serrana fluminense, nos fundos da casa dum amigo, todas etapas do processo, desde serrar o bloco até laminar e polir.

Viajou em 1982 e 1984 para a Califórnia, trabalhou na oficina da Gordon & Smith a convite de outro mestre da plaina, o brasileiro Heinrich Von der Schulenburg. Ali, naquele ambiente fantástico em pleno estouro da indústria de pranchas, Cláudio pode conviver e observar o trabalho artesanal de Skip Frye, que trabalhava na sala de shape ao lado.

Formou, de 1984 até 1990, uma pequena equipe de jovens surfistas do Meio da Barra, com treinos semanais, análise em vídeo e técnico dedicado, tudo estruturado para a formação de atletas, quando isso ainda era apenas um sonho distante para a maioria dos shapers.

Nessa mesma época, 1986, o surfista mais criativo do Rio de Janeiro, Dadá Figueiredo - no seu auge! - escolheu usar as pranchas do Pastor. Sua preocupação com o acabamento refinado e estética chamava atenção dos curiosos - a evolução não parava!

Mais de 30.000 pranchas feitas com a mesma curiosidade, paixão e dedicação, Claudio Pastor continua com sede de conhecimento e vontade de ver o sorriso estampado no rosto dos sortudos que o escolhem para conceber suas pranchas.